terça-feira, 26 de agosto de 2008

Os [pouco] vigilantes nocturnos

Hoje vou contar-vos algumas “estórias” passadas antigamente (meados do século XX, neste caso) com pessoas bem reais da nossa terra de das nossas famílias e que recolhi há tempos por cá. Vou falar-vos hoje, concretamente, daqueles que por vezes ficavam de noite a guardar os frutos da sua colheita.

O ti’Joaquim Póvoas tinha nos Fagundos uns melões que eram muito cobiçados. Parece difícil acreditar que os Fagundos, esse lugar à entrada da Lomba, onde está hoje a placa e as alminhas, fosse propício a criar melões, porque hoje é um grande pinhal, onde algumas oliveiras ainda definham no meio dos pinheiros altos, mas naquele tempo era terra de amanho. Ora, foi o ti’Póvoas para os Fagundos certa noite guardar os melões que lá tinha com uma espingarda e tudo. Mas adormeceu e alguns rapazes mais atrevidos (que já "costumavam" conhecer o lugar e… os melões!) foram lá, comeram os melões descansadamente enquanto ele dormia com a espingarda ao lado e, em forma de gozo, defecaram em cima da espingarda!

Na Lomba havia muitas eiras onde se secava o milho no Verão e era costume muitos ficarem a guardar o milho durante a noite nas eiras. Mas alguns tinham um sono tão pesado que os mudavam de lugar durante o sono sem eles darem conta! A um desses heróis do nosso passado (já não sei quem, ajudem-me a descobrir, por favor), que estava na eira ao pé de casa que hoje é do sr. Henrique, chegaram a levá-lo, a dormir, numa padiola e a despejarem-no para cima dos tojos que havia em abundância no lugar onde hoje é a capela!

1 comentário:

Anónimo disse...

E o sr Henrique acordou?
A 1ª estória faz-me lembrar Saul e David, a 2ª lembra-me quando eu (era ainda criança) e o meu avô fomos de noite dormir em cima do milho para o guardar. Tivemos sorte: em Ansião, naquele tempo, era tudo gente boa...
Um abraço para o Orlando do
FF