sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os esquilos entre nós

O esquilo é um animal até há pouco tempo desconhecido na nossa região. Mas recentemente foi introduzido entre nós e, ao contrário de outros animais, que se tornaram odiados, por serem uma praga (javalis), estes simpáticos roedores castanho escuros, de peito branco e vistoso rabo laúdo, depressa conquistaram o coração de toda a gente. Infelizmente, acontece por vezes que alguns se aventuram nas nossas perigosas estradas e acabam da pior maneira. Vamos proteger este enriquecimento da nossa fauna!
Encontrei um destes amigos nos nossos pinhais que, embora um pouco assustado, se deixou fotografar e filmar de uma forma bastante razoável. Aqui ficam as fotografias e vídeos para todos verem. Nos vídeos, se subirem o volume do som, até vos é possível, embora a custo, ouvir os sons que o esquilo fazia.




Aqui deixo também alguma informação extra sobre os esquilos que recolhi:
O esquilo é um mamífero roedor espalhado por quase todo o mundo, embora maioritariamente pelas zonas de clima temperado ou tropical, mas também em algumas zonas de clima frio. Como todos os roedores, possui presas fortíssimas, graças às quais rói sementes com facilidade, principalmente bolotas. O esquilo é um animal arborícola, vive nas copas das árvores, de onde salta de um ramo para outro sem temer a queda. Os seus saltos chegam a atingir até cinco metros de comprimento.As sementes são a sua principal fonte de alimentação, mas também consomem insectos e frutas. Quando recolhem alimento enterram sementes, como pinhões, por exemplo, sendo que algumas chegam a germinar.Constroem ninhos com folhas e galhos em ramos muito altos, para abrigarem as suas crias da chuva e do vento. Durante a gestação das crias, os pais preparam o ninho para receber os filhotes, cujo número varia entre três e dez por ninhada. Em adulto, o corpo de um esquilo chega a medir 25 cm e o rabo 30 cm ou mais. (Fonte: pt.wikipedia.org)

7 comentários:

Carlos Dias disse...

Olá Orlando
Que bonito deve ser encontrar a jeito um esquilo. E na Lomba.
Já vi alguns que até vinham comer junto das pessoas, numa mata na Irlanda. Em Portugal e em Lisboa, foram introduzidos alguns no Parque do Monsanto. Mas fogem, porque com o barulho da cidade estão assustados.
Parabéns pelas fotos
Abração
Carlos Dias

Carlos Dias disse...

Olá Orlando
Para ajudar naquilo que deve ser preservar os esquilos no seu habitat natural, por outras palavras, evitar que os matem dado que são tão bonitos e limitan-se a roer pinhas e pequenos arbustos, lembro-me que há uns anos na Suíça, num mês de Inverno, num comboio de montanha (de cremalheira) para Zermatt, vi que as pessoas levavam no comboio ramos de arvores, cenouras, couves, etc. Perguntei ao suiço que me acompanhava para que ela aquilo, e recebi a maior lição de amor pelo próximo, pelos animais que me tocou bem fundo. Dizia ele "para usufruir-mos da beleza de ver os animais vivos no seu habitat natural, agora com a neve, sentimos obrigação de alimentar os animais da floresta, porque não têm que comer, por estar tudo coberto pela neve". Que bonito, que princípios de humanidade e de respeito pelo próximo eu descobri no coração daquela gente.
Só espero que os esquilos lombenses, no inverno arranjem comida no pinhal e que ninguém os mate, quer por descuido, quer deliberadamente e que sejam muito felizes por essas bandas.
Sobre a neve, lembro-me de um poema de Augusto Gil que para mim é o poema mais bonito que enternece e enche o coração de calor, por se tratar de uma criança descalça. Chama-se "A Neve" e para não o descrever todo porque é longo e todos os da minha idade o sabem de cor, começava assim: "Batem leve levemente, como quem chama por mim". E terminava,
"Cai neve na Natureza e cai no meu coração".
Por hoje termino. Basta de emoções. Se despoletar o propósito para que mais alguém faça comentários, sinto-me satisfeito.
Abração a todos (incluindo os esquilos)
Carlos Dias

P. Orlando Henriques disse...

E foi o momento “BBC vida selvagem” do nosso blogue…
Algum dia tínhamos que ter disto também.
Se o David Attenborough sabe disto! Lol!

A verdade é que foi uma grande sorte! Nunca pensei conseguir fotografar e até filmar assim um animal que é tão assustadiço como belo.

P. Orlando Henriques disse...

Já agora, aqui vai o poema:

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil
(1873-1929)

P. Orlando Henriques disse...

Ainda bem que este momento “BBC vida selvagem” do nosso blogue motivou essa bela lição dignidade e nobreza de espírito que nos é dada pelos suíços.
Embora possa à primeira vista parecer contraditório, tratar bem os animais é sinal de humanidade.
Queira Deus que os portugueses, também os lombenses, cresçam nesse sentido.
Vamos proteger a natureza e estimar os nossos esquilos!

Carlos Dias disse...

Olá Orlando
Como te disse por Mail este vai ser o meu último comentário porque tenho que deixar espaço para outros fazerem os seus comentários.
Sobre o poema de Augusto Gil, fez-me voltar aos meus tempos da quarta classe. Estúpida quarta classe de então, onde analisava-mos orações, elementos gramaticais e não nos chamavam a atenção para a beleza do texto. Fernando Pessoa era proíbido.E que poemas lindos ele escreveu como aquele "O mar salgado"...
Aqui te deixo um de Camilo Castelo Branco - Amigos. Como sabes Camilo morreu cego e abandonado pelos amigos, que se esqueceram dele, quando ele mais precisava. Aqui vai:
Amigos, cento e dez ou talvez mais já eu contei;
Vaidades que eu sentia;
Pensei que sobre a Terra não havia,
mais ditoso mortal entre os mortais.
Adoeci. Ceguei. De cento e dez houve um somente que não desfez os laços quase rotos;
Que vamos nós, diziam, lá fazer,
se ele está cego e não nos pode ver,
Que cento e nove impávidos marotos.
Até para o ano com um abração
Carlos Dias

Adriano Filipe disse...

Gostei deste trabalho
Em liberdade só os vi na Guiné.
São muito dóceis e muito nervosos
Em cativeiro no zoo.
Gostei dos comentários,uma lição a registar,o poema é velhinho mas sempre lindo.
Parabéns
Bem hajam
A.Filipe