Hoje o mercado semanal de Arganil é à quinta-feira, mas antigamente era ao Domingo. Muitas pessoas da Lomba e dos outros lugares aproveitavam para ir à Missa, comprar o que precisavam e até levar os seus próprios produtos para vender.
Naquele tempo, os chamados “mimos” (legumes como feijão verde e afins, cultivados em hortas bem regadas) da Lomba e da Nogueira eram sempre os mais apreciados no mercado de Arganil e eram os primeiros a ser vendidos!
A minha bisavó Laura da Costa chegava lá às sete horas da manhã com o cesto cheio desses legumes, vendia-os logo, enchia o cesto com as suas compras e vinha-se embora, e muitas outras pessoas faziam o mesmo.
Contem aqui episódios dos vossos antepassados no mercado de Arganil, ou noutras ocasiões afins que mereçam aqui um relato.
Naquele tempo, os chamados “mimos” (legumes como feijão verde e afins, cultivados em hortas bem regadas) da Lomba e da Nogueira eram sempre os mais apreciados no mercado de Arganil e eram os primeiros a ser vendidos!
A minha bisavó Laura da Costa chegava lá às sete horas da manhã com o cesto cheio desses legumes, vendia-os logo, enchia o cesto com as suas compras e vinha-se embora, e muitas outras pessoas faziam o mesmo.
Contem aqui episódios dos vossos antepassados no mercado de Arganil, ou noutras ocasiões afins que mereçam aqui um relato.
2 comentários:
Respondendo ao que pedes, aqui vai a minha experiência passada no Vale do Cordeiro.
Vinha com a minha avó à "vila",mas na Mata do Hospital a minha avó e eu, mudavamos de calçado, ficando o velho escondido numa moiteira e calçando uns melhores (no fundo só eram melhores por terem menos uso)para chegar a Arganil. A minha avó, como tantas outras pessoas, não sabia ler nem escrever e uma carta que chegasse era uma tragédia enquanto o primo Amorim (barbeiro) não lha lesse e tratasse dos assuntos. Eu nessa altura teria uns 4 ou 5 anos e vivi com ela até à idade de ir para a escola em Lisboa.Vinhamos então para comprar sardinhas e mercearia e tratar de papeis (Finanças, Casa do Povo, etc.). De volta ao Vale do Cordeiro, as sardinhas iam acondicionadas numa púcara de barro preto e assim permaneciam durante todo o tempo, pois nesse tempo não havia nem luz nem água distribuida. Alumiavamos-nos a candeia de azeite, porque petróleo era caro, (mais uns escudos que faziam falta) e só os mais "abastados" (como se os houvesse), é que tinham candeeiros a petróleo. Que me lembre, só 3 casas tinham cadeeiros a petróleo.
Lembro-me de fazermos compras numa mercearia, penso que na rua onde hoje é a Casa do Povo em que se desciam uns degraus. Comprava-se apenas, massa, arroz e açucar, que para mim e ela duravam meses.
Lembro-me vagamente do mercado, das barracas, e de nos meus anos a minha avó me comprar uma aliança no ourives da praça.
Aqui fica a minha estória da minha vivência com o mercado da "vila".
Obrigado Orlando por me fazeres reviver esses tempos já passados, mas que me marcaram para sempre, tendo eu jurado a mim mesmo, que tinha que estudar, saber ler e escrever, para não ser dependente como a minha avó, que ficava atormentada com a carta para pagar a "Décima", o Braçal, etc.
Abração
No meu comenário anterior faltou clarificar:
A púcara de barro preto, era o nosso frigorífico de hoje. A sardinha era de salmora (não havia peixe fresco naquela altura, e a sardinha vinha com sal.
Os sapatos, o anel, a roupa era comprada num tamanho maior "ele está a crecer". No anel, metia-se linha á volta até ficar com o diâmetro do dedo. Retirava-se linha à medida que o dedo ia engrossando.
A mercearia que eu digo ser na Rua da Casa do Povo, talvez fosse na Rua do Jornal de Arganil, que são paralelas. Talvez alguém que visite este Blogue me corrija, porque não me lembro bem, pois tudo desapareceu entretanto. Lembro-me isso sim, de se comprar na loja do Albano Pires (toda a gente ia comprar algo lá), ráfia para atar as videiras, sulfato para as videiras, etc.
Tudo o resto era de casa, como fossem os mimos que teriam que ser comprados no mercado, vindos da Lomba ou da Nogueira. Lembro-me que por 5 escudos, comprava-se tudo o que era preciso. O meu pai, trabalhando em Lisboa, mandava de tempos em tempos uma nota de 20 dentro de uma carta. Era um sopro de alento, vir dinheiro.
Faltou também dizer que só o carteiro (sr. Alfredo) sabia ler, e era ele quem lia os postais ou cartas (o selo das cartas era o dobro de um postal) de todos. Todos ficavam a saber o conteúdo de quem escrevia. Mais tarde, veio o Américo (sobrinho da Tia Maria do Alferes-Maria dos Anjos) viver para o Vale do Cordeiro e já era ele que fazia as cartas ou postais de resposta e lia as cartas que chegavam.
Abração
Carlos Dias
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