Apesar de a nossa aldeia ser pequena e nem sequer aparecer na maioria dos mapas, nem por isso é desconhecida de muitos portugueses e estrangeiros. Na verdade, a Lomba foi, desde 1983 até ao final dos anos 90, a recta final de uma das mais importantes etapas do maior evento nacional do desporto automóvel: o Rali de Portugal! Creio que este acontecimento, embora seja recente por agora, tem uma importância que não podemos desprezar ao escrever a história da Lomba. Quer por ser um acontecimento de importância e projecção nacionais ocorrido entre nós, quer porque deu movimento e uma relativa fama à aldeia, quer porque se repetiu por uma série de anos. Na verdade, o troço que terminava na Lomba eram um dos mais famosos (e difíceis!) do Rali de Portugal.
A Comarca de Arganil (13-05-2008, página 2) publicou um artigo de Alen a propósito do Rali de Portugal em Arganil entre 1967 e 1986 onde, a certa altura, a Lomba é referida:
«Em 1983, a organização decidiu emprestar ainda mais dificuldade à já temida ronda de Arganil, aumentando a extensão do troço. Os concorrentes, que anteriormente suspiravam de alívio quando avistavam o mosteiro de Folques, sinal de que tinham chegado ao fim do "inferno", eram agora "convidados a fazer mais uns quilómetros em direcção ao Salgueiro, subindo depois até ao célebre cruzamento da Selada das Eiras, e descendo depois através de acentuados ganchos para o final em Lomba. No total, 56,5 Km fazem desta versão a mais mítica de todas as que ali se disputaram».
Agora, que já não há Rali de Portugal entre nós, a estrada dos «acentuados ganchos» de que fala Alen foi alcatroada desde a Aveleira até à Lomba, no âmbito do projecto do anterior executivo camarário de alcatroar os acessos a todos os lugares habitados do concelho. Mas todos nos lembramos de os carros descerem serra abaixo pelas curvas arrevesadas da estrada, na altura em terra batida, até à recta final, com a meta acima da nossa capela, junto ao depósito da água cujos muros de pedra circundantes ganharam o nome de «castelo», nome atribuído precisamente pelas pessoas de fora que vinham ver o Rali. Eram às centenas, a subir pelas nossas ruas centrais em direcção à serra durante toda a noite da véspera desta etapa que terminava na nossa terra! Ainda hoje, ao conversar com pessoas de fora que vinham até cá ver o Rali, é muito fácil dizer qual é a nossa aldeia. Muitos acampavam pela serra acima, acendendo fogueiras para se aquecerem nos frios que se fazem sentir nas noites de Março. Os excessos de álcool também eram mais ou menos frequentes entre alguns destes visitantes…
Nesse dia era feriado nas escolas e a nossa estrada era cortada. A Lomba parecia uma cidade em hora de ponta! Ou, talvez mais propriamente, em festa, mas festa de dimensões urbanas! Havia portugueses, estrangeiros, jornalistas… Os carros de rali atravessavam a nossa aldeia, com paragem para verificação junto ao chafariz , e os helicópteros cruzavam os nossos ares…
Aqui ficam algumas memórias do Rali de Portugal entre nós e da importância que veio dar à Lomba. Peço a quem tiver mais memórias importantes que possam enriquecer este artigo ou fotografias as enviem para arganilando@gmail.com
sábado, 17 de maio de 2008
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1 comentário:
Ola orlando
tudo isto que estas a dizer sera certo mas o rali de Portugal passava por a Lomba muintos anos antes. Eu lembro-me quando era joven empoleira-me encima das paredes ao lado da estrada no lado oposto ao chafariz para ver passar os carros, umas vezez para baixo outras para cima quando o rali passava. Uma vez un dos carros ao cimo da capela (nesses tempos nao existia) nao consegiu dar a curva e foi contra a barreira e por consequencia para a valeta de agua ser funda nao consegiu sair. Lembro-me que varias das pessoas, eu incluido embora muito joven levantaram o carro praticamente em peso (nesses tempos os carros eram pequenos e imagino nao pesavam muinto)polo na estrada e era so ver o carro sair estrada acima mal esperou que o largassem no chao.
Outra historia foi antes de eu vir para os Estados Unidos em 1969 un dos carros perdeu uma das rodas no alto da serra e chegou a Arganil so em tres rodas. Esse carro lembro-me por ter estado dentro dele (salvo erro era um peugeot negro con riscas amarelas muito lindo) que ficou na oficina do meu patrao Sr Antonino Mateus. Atraves dessa empresa e que pelo que me foi contado e que esse Sr. Antonino Mateus emigrou para Franca. Esse senhor ou uma filha tem uma loja de flores no outo lado da estrada en frente ao intermache (prazo?)
Quando me lembrar de mais alguma coisa envio-te mensagem.
Fernando Almeida
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